sábado, 20 de julho de 2013

Amsterdã impressiona com jeito liberal e belos canais


A cidade aprendeu a viver com a diversidade e usou a criatividade para domar a invasão do mar.

Com pouco espaço para circular e estacionar os carros, a população optou pelas bicicletas como o meio de transporte preferido.


Amsterdã é uma das menores capitais do Velho Mundo: tem 219 km², um décimo do tamanho da cidade de São Paulo. 

A realidade nacional não é diferente: a Holanda consta no ranking dos menores países do mundo e ocupa uma modesta área de 41,5 mil km², um terreno conquistado palmo a palmo graças à engenharia, que domou o mar com a construção de canais e diques e trouxe para a superfície terras antes cobertas pela água.



Foi sobre o terreno encharcado que Amsterdã avançou a partir do século 17 e criou seu principal cartão-postal por acidente. Os lindos canais que acompanham o desenho das ruas do centro foram escavados para drenar a água e preparar o solo para a construção. 

A cidade cresceu com plena consciência do espaço limitado que tinha a seu dispor. 
A ocupação foi cuidadosamente planejada de forma a aproveitar o terreno o máximo possível, e a arquitetura é a expressão mais visível dessa preocupação: cada quarteirão é uma sucessão de casas geminadas, estreitas e altas. Os jardins são modestos e garagem é um luxo impensável.

Da falta de espaço para estacionar carros, aliás, nasceu um dos principais hábitos nacionais: andar de bicicleta. A magrela é o meio de transporte oficial no terreno plano da capital. Sob sol ou chuva, é absolutamente corriqueiro ver executivos engravatados, crianças arrumadas para a escola ou mulheres de vestido e meia calça pedalando placidamente. Na mesma proporção, pipocam os fiscais que, na falta de carros para multar, guincham bicicletas estacionadas irregularmente e advertem quem pedala fora da ciclovia.




O ciclismo é levado tão a sério que houve até uma época em que o governo comprou uma frota de bicicletas brancas, que qualquer um – turistas inclusive – podia usar e largar onde quisesse sem custo algum, mas, com os holandeses pintando e revendendo os veículos comunitários (bem, nem tudo é tão de primeiro mundo assim...), a mamata terminou. 
Mesmo assim, pedalar permanece uma atividade econômica, e a diária de uma bike, a € 9, permite que mesmo o mochileiro com orçamento mais espartano explore a região sobre duas rodas.



Se não por terra, vale desbravar Amsterdã, de pedalinho ou de barco, pela teia de canais que corta a cidade. Teve gente que gostou tanto da ideia que se mudou para casas-barco (olha a economia de espaço mais uma vez...), que podem flutuar de um bairro para o outro e navegar para um novo endereço sem pre que o tédio pintar. Combustível para a criatividade dos holandeses, a configuração compacta da capital também é prática para os viajantes, que podem percorrer todo o centro a pé, com paradas em museus, brechós, parques, restaurantes e coffee shops.

Roda Mundo Intercâmbio 




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